•04:51


A felicidade,
esquiva como sempre,
chegou,
um dia. bem cedinho,
à minha porta,
e ficou
esperando
que eu a mandasse entrar.

Não bateu, não chamou,
não disse nada.
Apenas chegou,
timidamente,
como quem pede desculpa,
e se encostou
à minha porta.

E tão silenciosa ficou,
que o dia todo passou,
e eu não tive,
sequer,
o gesto que conforta,
o gesto delicado
de abrir-lhe a minha porta.

Anoiteceu,
e ela, cansada de esperar,
foi, de certo,
procurar
quem lhe desse pousada.

... E nunca mais voltou!

E era assim,
e sempre assim
que aquele velhinho só
terminava a sua história:

Ainda hoje,
depois de tantos anos
de fatais desenganos,
eu sinto, constantemente,
a realidade,
de que, na minha vida,
já passou,
imperceptivelmente,
a felicidade.
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