•08:22
Ninguem é dono de si mesmo!
A nuvem é tocada pelo vento,
pelo vento, a flor é desfolhada.
O rio
ameaça saltar do leito.
Chove,
mas a chuva não pergunta
de quem é a lavoura,
a horta,
o telhado.
A terra tremeu.
Teria sido de medo
ou de comoção?
Onde estarão as crianças?
E os velhos?
E os paralíticos?
E os cegos?
E os retardados?
O vento amainou,
a chuva cessou,
o rio amansou,
o sol brilhou.
O calor do sol
ferveu a terra.
A horta não existe mais.
O leite secou.
As crianças
ficaram adultas
ou morreram na enchente.
As que se salvaram
talvez morram de fome.
Na fartura de alimentos
guarda-se em celeiros.
Na miséria,
os destinos são desiguais.
Porém o homem esquece:
esquece que tem celeiros
e os guardados
da plantação.
Quem se comove
e deseja repartir
O pão da esperança,
o pão que lhe sobra
na despensa do coração?
A nuvem é tocada pelo vento,
pelo vento, a flor é desfolhada.
O rio
ameaça saltar do leito.
Chove,
mas a chuva não pergunta
de quem é a lavoura,
a horta,
o telhado.
A terra tremeu.
Teria sido de medo
ou de comoção?
Onde estarão as crianças?
E os velhos?
E os paralíticos?
E os cegos?
E os retardados?
O vento amainou,
a chuva cessou,
o rio amansou,
o sol brilhou.
O calor do sol
ferveu a terra.
A horta não existe mais.
O leite secou.
As crianças
ficaram adultas
ou morreram na enchente.
As que se salvaram
talvez morram de fome.
Na fartura de alimentos
guarda-se em celeiros.
Na miséria,
os destinos são desiguais.
Porém o homem esquece:
esquece que tem celeiros
e os guardados
da plantação.
Quem se comove
e deseja repartir
O pão da esperança,
o pão que lhe sobra
na despensa do coração?