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Sabes aquele lago do caminho,
o que da curva a gente vê primeiro,
formando sempre leve burburinho,
e tem, à beira, um lindo cajueiro ?
Dá de beber a muita gente, amigo,
porem, quando ele se encapela todo,
daquele lago muito antigo,
a superfície fica cheio de lodo.
Assim nós somos igualmente:
Daquele lago o fundo quem conhece?
Mas não dá de beber a muita gente?
Quem diz do coração a profundeza?
Quando, no rosto, a mágoa transparece,
quem vê no peito o lodo da tristeza?