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e as paredes
do castelo que meus ancestrais
me deixaram.
Construção suntuosa,
nunca foi morada
de morcegos,
nem pardais
teceram ninhos nos beirais.
O velho piano
que animava os saraus,
talvez tenha ficado soterrado
na sala dos recitativos.
Desapareceram:
quadros antigamente venerados
e uma espada
que nunca fora usada
Houve pilhagem
de objetos esquecidos
e cobertos de poeira.
O vento levou,
para locais ignorados,
velhos papéis que o tempo amarelou.
Dos salvados do meu castelo
guardo reminiscências
escritas em pedaços
atávicos de memória,
e esse desejo inconsciente
de escrever meus versos.