numa gaiola de bambu.
E o canário cantava..
Talvez agradecesse o alpiste
e, na vasilha de barro,
a água fresca.
Mais tarde,
dei-lhe uma gaiola maior,
habilmente construída.
Tinha um estojo de madeira,
um copo de vidro...
O fundo era removível.
Eu ficara orgulhoso
da gaiola e esperara
ansioso, pela manifestação
ruidosa do pássaro
ao desferir seu canto prolongado
na matina.
Mas nada aconteceu de especial.
O mesmo canto,
a mesma saudação melodiosa
saída, tantas vezes,
da humílhima gaiola de bambu.
Passaro filósofo,
quero aprender com você
esse estilo de vida
e essa maneira de comportamento.
Que importa se a gaiola
é de ouro ou de zinco?
O importante é cantar,
e saudar a vida,
é ter a alma no peito
e a musica na alma.
Pássaro filosofo,
você é maior que o meu egoismo.
Você me ensinou
que a vida
é essa alegria interior
e que essa beleza interior
é a gente que faz,
sorrindo para a vida
e para o mundo.
Pássaro filósofo,
você me ensinou
a viver
na minha gaiola de zinco...