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Não tenho historia.
Os meus antepassados
se diluíram na alma
simples do povo.
Tive uma tia
professora primária
e meu bisavô — dizem —
escreveu versos
que ninguém leu.
Não sou poeta.
Escrevo para satisfazer
um desejo entranhado
no recôndito do meu ser.
Um desejo estranho
que não sei explicar.
É algo maravilhoso
e misterioso:
O belo e o triste da vida
penetram pelos meus olhos
e escorrem pelos meus dedos
Não tenho história.
A minha alma, um dia,
também se diluirá
na alma simples do povo.
Apenas serei um bisavô
que escreveu
versos que ninguém leu.
(Dica: Pare o som do blog para ouvir o som da poesia em vídeo)