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Não quero perder o trem
que parte
a madrugada
em pedaços
de agonia lenta.
Levarei
o estômago vazio
e a mala sem roupa.
As
quatro pontas
do meu lenço
serão unidas
com quatro nós
simbólicos
A viagem será
uma parábola
para quem só conhece
o chão da casa.
Entretanto,
o trem que não vi chegar,
partiu.
Amanhã
jamais será outro dia.
Mesmo assim,
eu estarei perpetuado
na continuidade
do tempo e da memória.
(Dica: Pare o som do blog para ouvir o som da poesia em vídeo)